sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Saudade é sentir falta de alguém...

Esses dias, meu filho, Vítor, reclamava que estava com saudades do seu amigo Ígor. Dizia que estava "com muita, mas muita saudade". Eu ponderei com ele que Saudade era uma coisa boa, já que quando víamos quem estávamos a sentir saudade a felicidade era imensa. Ele não hesitou em me contestar: "Não, mamãe, saudade é uma coisa muito ruim. Porque saudade é sentir falta de alguém." Meu filho tem apenas quatro anos de idade e achei linda a definição que ele deu de saudade, embora não inédita. Demonstra um senso apurado de sentimento para uma pessoinha que ainda está tentando entender coisas palpáveis e mais fáceis de compreender. Acho que meu filho vai gostar de poesias...
Natal, 11 de Dezembro de 2009.
Polyana Pimenta.

sábado, 18 de julho de 2009

Amor

Polyana Pimenta
Corrente

Coesa
Certeza
Leveza
Beleza
Surpresa
Inteireza
Fortaleza

Retidão
Compaixão
Imensidão
união
Razão
Vazão
Coração

Confiança
Esperança
Criança
Bonança
Perseverança

Clarividência
Sapiência
Constância
Paciência
Essência

Cor
Calor
Destemor
Resplendor
Amor

Intimidade
Graciosidade
Felicidade...

Natal, 18 de Julho de 2009.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

CORES

Flores há
Em seu caminhar
Pois somente as flores
Lhe fazem sonhar

Caminho aberto
De cores e desejos
Alegria, euforia
Vermelho

Viva, Vida!
Liberdade desejada
Incerteza bem-vinda
Solidão apreciada

Sequer importa
Se planos serão refeitos
O momento é do improviso
Dos versos perfeitos

Rimas com sentimento
Em linhas de cordel
Cantas o oceano, o infinito
As estrelas e o céu

Em Kairós, ao final
Eu tinha que falar
O Deus do tempo oportuno
Que se empenha em te ensinar.

Natal, 22/05/2009.

Polyana Pimenta.

domingo, 10 de maio de 2009

MÃE AMADA

Polyana Pimenta

Mulher
De alma velha
Espírito de guerreira
Feiticeira

Teces o enredo
Da vida
Num encontro de sonhos
Segredo

Olha-te
Com os olhos marejados
Vestes puídas
Corpo enrugado

Princesa de conto de fada
Rainha, mãe amada
És a minha inspiração
Meu conforto, meu colo, coração

Essência é uma gota
Que perfuma tudo
Você é luz e sabedoria
Que preenche o meu mundo

Mãe, teu corpo está cansado
Você já nem se reconhece
Olhe para dentro
Mais do que isso você merece

A vida é passageira
E beleza é uma ilusão
Acreditar em um Ser Superior
Nos dá segurança e proteção

Não temas, linda senhora
Na sua estrada você venceu
O amor foi o seu lema
A sua graça nos enriqueceu

Bondade, paz, felicidade
Tudo isso Deus lhe deu
Minha mãe você é querida
Aproveite tudo que é seu.

Natal, 09/04/09.

Esta é para homenagear minha mãezinha, que com seu amor e experiência é indispensável em minha vida.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

PALIDEZ

Polyana Pimenta
Amor destemido
Bandido
Sofrido
Escondido
Esquecido

Coração descortinado
Sem permissão
Invasão
Atravessado
Ensolarado

Claridade no poço
Dor nos olhos
Reflexo descoberto
Cabelos ao vento
Descompasso

Ansiedade
O som
O dom
De atrever-se
De enganar-se

Desejos
Sobejos
Peso
Desprezo

Solidão
Tempestade
Imensidão
Saudade

Avançar
Paralisar
Liberar
Permitir
Sentir
Se entregar.

Natal, 15/04/2009.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

SOLIDEJAR

Polyana Pimenta
A solidão
É promessa vazia
Balde de água fria
Em quem não quer amar.
...
É um lampejo
De luz e desejo
Mas também
Escuridão e desdém.
...
Se achega
Sem ser convidada
Graceja
E faz chorar.
...
Dor fatigada
Estrela apagada
Céu escuro
Noite sem luar.
...
Ansiosa a paixão
Divide o coração
Ancora uma embarcação
Imensidão...
...
Lágrimas adocicadas
Jardim de espinhos
Já não amedronta tanto
Seguir outros caminhos.
...
Encontro de si
Profundeza do ser
Na mais solitária
Estrada do viver.
...
A galopes vai o sentimento
Encontrar explicação
Para aceitar tantas promessas
Um sonho vão.
...
Nesse momento, não se cogita
Se a razão
Lá habita
Em tamanha alucinação.
...
Natal, 31/03/2009.

terça-feira, 31 de março de 2009

CAMINHAR

Vim então A refletir Sobre caminhos Caminhos que se encontram Caminhos sonhados Caminhos perdidos Caminhos até esquecidos Quanto caminhar Ao olhar para trás E se envolver Numa lembrança sagaz Não faz tanto tempo Eu era uma criança Traquina até E cheia de esperança Imaginava eu Que caminho trilhar De freira, executiva ou médica Por onde começar Mas caminhos se atravessaram No meu crescer E o destino fez-me autoridade Sem eu ao menos perceber Urubus, às vezes Encontram pouso na estrada Desencanto, decepção, desconfiança A alegria se estraga A essência não se perde Nem cessam os passos Em trilhas e estradas Também são muitos os abraços Abraços de quem caminha Lado a lado a permitir Experiências compartilhadas E um coração a sorrir Sorriso ameno e fraterno De pessoas surpreendentes a relembrar Que amigos são importantes e indispensáveis Nesse eterno caminhar. Polyana Pimenta. Natal, 31/07/2007.

terça-feira, 17 de março de 2009

PARA MEU FILHO

Polyana Pimenta

Frutinho querido
Pendurado em meus braços
Vieste das minhas entranhas
Invadiste meu abraço.

No começo foi um sonho
Alimentado pelo amor
Esperado com ansiedade
Acolhido como uma flor.

Sua vida deu sentido à nossa
Seu olhar nos acalmou
Seu amor contagiou-nos
Sua felicidade nos atou.

Meu filho, Vitinho
Pra você tudo
Tudo que possa
Te fazer feliz.

Amar-te é uma benção
Privilégio sem medida
Agradeço aos céus
Por você todos os dias.

Amado filho, no seu aniversário
Uma benção quero te dar
Amor, felicidade, saúde e paz
E Jesus sempre a te acompanhar.

Natal, 05/09/2007.

LUZES

Polyana Pimenta
Na imensidão do teu olhar
Encontro as estrelas
Iluminando o meu pensamento
Descobrindo sua beleza

O céu tão azul
Traz-me a poesia
E um mundo muito louco
Eu transformo em fantasia

A lua me inspira
Me deixa uma pessoa sonhadora
Me perco em seu manto prateado
E na sua missão vencedora

Ao todo vejo algo estranho
Acho um paraíso
Seres diferentes
E a razão do meu sorriso.

Natal, sem data.
Há, pelo menos, quinze anos.

domingo, 8 de março de 2009

Mulher, mas uma borboleta

Polyana Pimenta

Mulher
Mulher gente
Mulher povo
Mulher empregada
Mas mulher honrada.

Dona-de-casa
Cozinheira
E mal paga
Ainda por cima desprezada
Mas mulher brava.

Operária-mãe
Mãos calejadas
Não existe sonho
Existem crianças esfomeadas
Mas mulher corajosa.

Mãe sofrida
Desesperada
Injustiçada
Mulher inferior
Mas mulher de esperança.

Mulher de esquina
Rodando a bolsinha
Mulher objeto
Lutando pela vida
Mas mulher de garra.

Mulheres e homens
Discriminando a si mesmos
Sem se dar conta
do valor da mulher
E da importância do homem.

Natal, 1990.

Postei esta poesia hoje, feita há muitos anos, justamente por falar nas mulheres e para comemorar este dia.

sábado, 7 de março de 2009

O seu professor é um alienígena?


Polyana Pimenta

Uma amiga sempre dizia que “A felicidade é um caminhão em alta velocidade, que passa uma vez só na sua vida. E quando ele passa, você tem que pular em cima e se agarrar com as duas mãos para ir com ele.”.
No mundo da Internet, da televisão a cabo, do livro virtual, do power point, do consumismo, as relações humanas são muito rápidas e superficiais.
Não, mas eu não vou falar de amor romântico. Vou falar de amor pelo ser humano e principalmente do amor em ser professor.
Quando se ensina, o que se busca é transmitir ao estudante a arte de aprender, de buscar um conhecimento que seja útil na vida real, sem abstrações desnecessárias. Acreditando firmemente na capacidade do aluno de também participar do aprendizado do professor e de se integrar na sua própria vida, como estímulo e recompensa.
Ser professor no nosso país é uma escolha vocacional. Não se trata de buscar o melhor emprego ou o melhor salário, mas trabalhar no que se acredita, na construção de um mundo de valores e compreensão mútua.
O ingresso no Magistério foi um projeto meu que se iniciou ainda na Alfabetização, pois admirava muito os meus professores e desejava profundamente um dia poder ter conhecimentos a transmitir e fazê-lo da mesma forma fascinante que me eram transmitidos. Uma vizinha então tratou de me dar um conselho (inútil) que não esqueci: “Minha filha, escolha outra profissão, pois como professora você irá morrer de fome.”. Tal conselho me deixou muito triste, pois não se tratava de uma escolha e sim de um sonho, motivo pelo qual não pude desistir.
E foi assim que, ainda com dezessete anos, tive a minha Carteira de Trabalho assinada pela primeira vez e como Professora, à época Professora de Inglês. Tive, então, muitas alegrias. Realizava algumas aulas de música e elas eram bem animadas. Fizemos aulas à beira-mar, sob a luz da lua, com jogos e brincadeiras. Boas recordações.
Dois anos após me formar, fui ser Professora na Universidade. E a experiência foi um pouco diferente, mas também muito boa. O que mais importava sempre passou pelo contato com o ser humano, com o aprendizado que necessariamente acontecia, e principalmente pelas idéias lançadas.
Recentemente, entretanto, surgem algumas reflexões.
O professor tenta semear, o terreno nem sempre está preparado para deixar a semente germinar. Não tem espaço para se fazer ouvir, sem condições de deixar falar.
Vozes ao redor, ansiedades visíveis, angústia e pesar. O caminhão está passando, mas ninguém quer pular nessa aventura deliciosa. A estagnação toma conta, a perplexidade domina quem consegue vê-lo passar.
Onde estão os aprendizes? São Jorge talvez possa explicar. Ou talvez os marcianos possam dizer que na realidade é o professor que veio de outro planeta.
Amo, amo a arte de aprender.
E apesar de, às vezes, não entender bem o que se passa, o coração fala mais alto e lá se chega mais um dia em sala de aula, onde marcianos e moradores da lua se encontrarão, todos transbordando de amor e esperança, e com a ousadia necessária para que não se conformem em ser “another brick in the wall”(Pink Floyd).
Afinal de contas, “Só se Vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” (Antoine de Saint-Exupéry)


Natal, 24 de Outubro de 2006.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

VOYAGER POUR ÊTRE LIBRE - Viajar para ser livre

Polyana Pimenta.

Le monde est énorme O mundo é enorme
Et mon coeur a des dimensions E meu coração tem a dimensão
Telle que cette sphérique mobile Tal qual esta esfera móvel

Je ne suis pas brésilien Eu não sou brasileira
Je ne suis pas français Eu não sou francesa
Je suis mondiale Eu sou mundial

Mais c´est difficile Mas é difícil
De conaître touts les pays De conhecer todos os países
Oú je suis né Onde eu nasci

Je n´ai pas beaucoup d´argent Eu não tenho muito dinheiro
Mais J´aime touts les gens Mas eu amo todos os povos
Et chaque partie en moi E cada parte em mim

Alors Je voudrais être libre Então eu queria ser livre
Pour voyager autour de la planète Para viajar por todo o planeta
À travers l´atmosphère Através da atmosfera
À travers l´eau limpide Através da água límpida
Ou même à travers le feu Ou mesmo através do fogo

Je sentirais les émotions Eu sentiria as emoções
Et je prendrais touts les conaissances E aprenderia todos os conhecimentos
Je rencontrais l´amour de ma vie Eu encontraria o amor de minha vida
Et je l´amerais entierment. E iria amá-lo inteiramente.

Natal, 23/08/1995.

CONCEPÇÃO

Polyana Pimenta
Quando nasce a alma
Que se abre num despertar
Onde está o plano
Que todos têm que encontrar

Mostra-me, Senhor
Para onde flui a vida
Sem dó esvaziada
Antes mesmo de nascida.

É duro vir ao mundo
Que não deseja te aceitar
Sofrimento para qualquer
Que a rejeição abraçar

Mas onde encontrar
O motivo para dizer
Que a vida lá está
Quando ainda não se pode ver

Coração encharcado de sangüe
Guarda em si tanta emoção
Uma célula envolvida em lágrimas
Pode ter vida, e Por que não?

Natal, 10/01/1999.

UN REFUGE - Um refúgio

Polyana Pimenta
Je cherce dans mes idées Eu procuro em minhas idéias
Une raison pour mon amour Uma razão para meu amor
C´est vrai É verdade
Il est plus Ele é mais
Que tout Que tudo
Qu´un jour Que um dia
Je puisse sentir Eu poderia sentir
Pour quelq´un Por alguém

Notre passion est interdit Nossa paixão é proibida
Mon coeur et ton coeur Meu coração e seu coração
Ne peuven pas s´allier Não podem se aliar
Parce que nous devons aimer Porque nós devemos amar
Ceux qui sont convenables Aqueles que nos são convenientes

J´ai choisi mon chemin Eu escolhi meu caminho
Et J´ai connu le bonheur E eu conheci a felicidade
Mais avec toi Mas com você
J´ai connu l´amour Eu conheci o amor

Alors Je vais mourir Então eu vou morrer
Un peu Um pouco
Tout les jours Todos os dias
Parce que Porque
Ce n´est pas correct Não é correto
Aimer ainsi Amar assim
Comme un refuge Como um refúgio
Que je ne peux pas Que eu não posso
Déguiser. Disfarçar.

Natal, 23/05/1995.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PARA QUE SABER


Polyana Pimenta
Saiba
O que está no silêncio
Num canto escuro
De um lugar encantado.

Saiba
Que um coração
Não entende o perdão
E se enche de mágoa.

Saiba
O que quer dizer
Um olhar perdido
Um sorriso escondido
Mudar de lugar.

Saiba
Eu queria dizer
Mas o que fazer
Se ninguém quer escutar.

Saiba
Para que saber
Melhor é calar
Mais fácil é escutar.

Pois nas palavras
Estão os erros
Estão os segredos
E o código
Para se encontrar.

Natal, 12 de Fevereiro de 2009.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

PALAVRAS

Polyana Pimenta
Palavras sopradas ao vento
Ouvidas ou não
Como Saber se são Verdades?
Como entender onde estão?
...
O mundo surgiu da palavra
Muito ela nutre
O poder que lhe é dado
Raramente se discute
...
Antes de chegar à língua
A palavra vem do coração
É retrato de suas entranhas
Quer queira quer não
...
Fere a alma do homem
Como uma arma intrigante
Humilha o inocente
E derruba o gigante
...
Palavras vãs, palavras sábias
Palavras não sugem do acaso
Partem de uma vontade
Rumam para um alvo
...
Vítima das palavras
Foi até o salvador
O perdão é plano divino
Para a vida do opressor
...
Coisas boas nós devemos
Chamar à existência
Declaremos então o bem
Para uma melhor experiência.
Campina Grande, 17 de Outubro de 2003.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

À MAGIA

LUA,
Cheia de graça, de raça
Se enlaça em meus lençóis
E faz sonhar
Com lindos mares que
Em outras tardes
Fosse visitar.

LUA,
Me mostra agora
Quem nessa hora
Sofre e chora
Por amor que outrora
Havia de acabar.

LUA,
És tão brilhante
Estás diante
De um amante
Que ilumina um mundo
Que já foi iluminado
Por outros corações.

LUA,
Que cruza a minha estrada
Ilumina meus caminhos
Traz-me a poesia
Dos românticos e apaixonados
Que em noites de luar
Cometem loucuras e travessuras
E amam ou fingem amar
E se esquecer...


Natal, 1990.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

GARGALHEIRAS

Polyana Pimenta.

Pela janela de um quarto de hotel
Observo um espetáculo vindo do céu
O repousante Gargalheiras
Suas águas batendo em lindas serras.

A chuva fez com que o capim ficasse verdinho
E já ouço os passarinhos
Bem ao longe a cantar.

Não dá para explicar
Nem consigo entender
A grandeza deste espetáculo
Que ao homem Deus o deu.

O pescador lá longe
Pescando peixes de monte
O pôr-do-sol transmitindo calma e mansidão.

A harmonia faz parte do quadro
O descanso, um alívio
Longe dos carros e dos ruídos.

O sangradouro me fascina
E me ensina a razão do meu viver.

É homenagear a Deus clemente
Que ama a toda gente
E a tudo em que se sente amor.

Gargalheiras,
Espetáculo apaixonante.
Pena que talvez, daqui a algum tempo
Você já não exista mais
Pra eu mostrar aos meus filhos
O que eu chamo de paz.

Acari/RN, 29 de Julho de 1989.

p.s. À época eu tinha 14 anos. E, felizmente, já levei meu filho para conhecer o Gargalheiras e sua paz.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

MEU DESEJO

Polyana Pimenta

Pra você eu dei minha paixão
Quando vi as linhas da sua mão
Caminho encoberto de tanto sofrer
Só o teu amor eu poderia conhecer.

Salva do passado
Esbarrei no meu destino
Sonho tão manhoso
Eu vivi o desatino.

Quando me encontrei
Não quis te amar
O mundo a amedrontar
Não quero mais chorar.

Quando estava lá
Logo o fim
Você não percebeu.

Tanta solidão
Perturba enfim
Assim o amor se perdeu.

Amor tão inocente
Não devia escapar
Mas a vida é dura
Bem mais fácil é só sonhar.

Um grande perigo
Encontrar você assim
Tão desconsolado
E precisando de mim.

Num outro sentimento
Você vai compreender
Esse é o meu desejo
É melhor me esquecer.


Natal, alguma data que não escrevi

THE MIDLE OF THE STREET

Polyana Pimenta
I stop in the middle of the street
There's no car near me
No one is walking on the crossing
I'm thinking.
How are great all these things
From here
I can see the sky
And the sand in the gardens.
I can lay down
And everything is turning round
The colors change
And I try to reach myself
In the line that could separate me
From God
I'm almost touching him
But i can't realize
I'm not seeing His Face.
My eyes are sad
And even all these beautiful things
My looks can't see the wonderful
That is by my side.
Because when we're hurt
We don't believe in miracles
And everything is dark
But the hope of find you.
My love, my life, my breath
My miracle depends on you.
Help me in the way
That could lead me to God.
Natal, 1994.
Na época em que escrevi essas palavras, eu era professora de inglês e quis me expressar dessa forma. Até hoje, às vezes, escrevo em Inglês.

TEMPESTADE

Polyana Pimenta
O cinza, a solidão
A frieza e a decepção
De um mundo gelado
De entorpecimentos e desconsiderações
Mas, de desejos e ilusões.

A neve, a ventania
O desespero, o desencontro
Estagnar diante do mínimo
Buscar, perder
Revelar, esquecer.

A dor, então o pranto
Os lábios agora mudos
Obedecer, enfim
Fazer do lamento
Qualquer discurso.

Se entregar ao arrependimento
Entender o desencanto
Todas as palavras
Soam, no entanto
Distantes e não vazias.

E o inerte detecta o inexistente
O desfeito, o irrealizado
Paralisa o vão.

Na outra estrada
A falta de direção
Querer, calar
Manter, amedrontar
Sofrer
E nada mais.

Natal, 23/04/1997.
Essa poesia eu fiz em oposição à primeira, Oceano, e exprimem sentimentos diversos que se contradizem.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

OCEANO

Polyana Pimenta



O azul, a imensidão
A liberdade e a fascinação
De um mundo de mistérios
De respeito e regras
Mas, de infinito e abertura.

Uma intimidade
Mais que perfeita
Com a grandeza
Deste Universo sem fim.

Ilimitado, fluido
Seguro, protetor
Beleza em cada instante
Prova de perfeição
Tão incompreensível
Quanto impensável
Incalculável por ser real.

Presente, clamante
Minuto de sensatez
A vaga, a bruma
O se encontrar
A quebra, a reconstituição.

Fazer do tudo
Um nada inflexível
E transformá-lo a cada dia
Um pouco mais.

Fazer da aurora
Um banho de luz
E água salgada
Que purifica
E faz reviver.

A escuridão
O poço
A totalidade
Desfazer qualquer rocha
Mudar, remodelar
Insistir
Se entregar
Amar
E nada mais.

Natal, 25/02/1997.

Essa é a minha favorita, até mesmo pela paixão que eu tenho pelo imensidão do mar.