terça-feira, 6 de setembro de 2011

Reconstruir

Polyana Pimenta

Após abrasar
Pacificam-se cinzas
No chão ferido
A se espalhar

Remove-se o véu
De um antigo traje
Amolda-se ao ventre
De uma eterna estrada

Lançada nas profundezas
De um mar revolto
Cede-se à correnteza
Retorna-se ao ponto

Momento de desmistificação
Encontro com a nudez
De um corpo entregue
A momentos de insensatez

Cortes inesperados
Sangramento a conter
A dor então ensina
Que na vida o melhor é viver

E logo nesse retorno
Encontra-se nova construção
Socada com as próprias cinzas
Que se desmanchou no coração.

Natal, 06/09/2011.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Recital de Poesias

Hoje na escola dos meus filhos participei de um recital de poesias. Meu rapaz, com apenas cinco anos de idade,    recitou a poesia de Carlos Drummond de Andrade, No meio do Caminho. Após eu tentei recitar as poesias que havia feito para ele e para Sofia. Entretanto, a voz falhou. Recuperando-me ainda de uma cirurgia de tireóide, entrei para a estatística dos que tiveram alteração nas cordas vocais e estou falando muito, mas muito rouca. Metida que sou, queria falar logo no microfone, imaginem. Foi então que pedi a meu marido para tomar meu lugar e dizer a todos o que minhas crianças significam para mim, sentimentos que estão nas minhas poesias. Meus filhos pra mim são tudo e o recital foi um sucesso. Ao final, a professora de Vítor se emocionou e chorou. Como diz Antoine de Saint Exupèri: "O essencial é invisível aos olhos.". 

Natal, 02 de Maio de 2011.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Poesia do Mar

Polyana Pimenta

Meu filho pediu
Uma poesia de mar
Para à escola
Levar.

O mar e seu azul
são mistério e imensidão
Mas são os peixes e animais marinhos
A sua maior devoção.

Golfinho queria ser
Se um animal do mar
Tivesse que escolher 
Passaria, então, a vida a saltar.

Sabe que a lula
Polvo não é
Assim também
Orca não é baleia sequer.

Sim, Orca
É golfinho
E tubarão é uma fera
Que encanta meu menino.

Esses são os versos
Que dedico à sua Paixão
Pois sei que no mar
Está o seu coração.

Natal, 21/04/2011.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Em meus sonhos...

Polyana Pimenta

Quando adormeço
Sinto o tempo parar
Vejo razão no caminhar
Descanso
E te vejo

Abraços fortes
Perfumes no ar
Deslumbre, pensamento
Calor, Paixão
Desejar

Suspiros, gemidos
Seus beijos
Intimidade segura
Liberdade obscura
Segredos

Passos rápidos
Ao relento
Voando alto
Na direção do vento
Aconchego nas nuvens

Fria e macia
Encantadora e Voraz
À Lua Vazia
A órbita dos sonhos
Lhe atrai

Assim vago imprecisa
Coração a pulsar
Encontrando-te em
Cada esquina
Reluzente a bailar.

Natal, 04/04/2011.