Polyana Pimenta
Após abrasar
Pacificam-se cinzas
No chão ferido
A se espalhar
Remove-se o véu
De um antigo traje
Amolda-se ao ventre
De uma eterna estrada
Lançada nas profundezas
De um mar revolto
Cede-se à correnteza
Retorna-se ao ponto
Momento de desmistificação
Encontro com a nudez
De um corpo entregue
A momentos de insensatez
Cortes inesperados
Sangramento a conter
A dor então ensina
Que na vida o melhor é viver
E logo nesse retorno
Encontra-se nova construção
Socada com as próprias cinzas
Que se desmanchou no coração.
Natal, 06/09/2011.
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