Selvagem
É teu rosto
A transpirar
Marcado de amores
Que andam a te assombrar
No peito
Uma dor antiga
Tão amiga
Da qual já não queres mais
Te livrar
Na palma das mãos
O relevo de uma vida
Descama as feridas
Vermelhas, inchadas
De tanto remar
Assim, teu hálito
Aroma de lágrimas
Enlameadas pelas mágoas
Entregues, compulsivas
Constantes a te acompanhar
Passos na calçada
Peso, arrastados
Trazes contigo velas
Um canto, uma aquarela
Um terço para rezar.
Natal, 21 de Maio de 2012.
Polyana Pimenta.