Polyana Pimenta
Despetalando
Minhas lágrimas
Em puro linho
Vou ao chão
Procuro desatino
Pontos brilhantes
Vago sozinho
Na escuridão
Amasso
Meus sentimentos
Engulo palavras
Entranho opinião
Pilo convicções
Navego
Em altas nuvens
Conforto-me em vão
Desertifico
Sem luar
Corro sem cansar
Nem tempo para viver
Se eu já não tenho
Nem os sonhos
Que revelei
Sem saber
Se eu não vejo
Mais o brilho
Que se achegava
Ao amanhecer
Se eu já não adormeço
Ao balanço
Que me fez
Entorpecer
Fecho os olhos
E não me canso
De sonhar
De esquecer
Natal, 31 de Outubro de 2010.