Encaro mais uma vez
Os olhos no espelho
E vejo o profundo
Verdes desejos
Acho ali elementos
Farinha e até unguentos
Feitiço, poeira
Aroma e doces cerejas
De tudo se vê
Nesse olhar
Mas o difícil mesmo
É se encontrar
Procuro aquele brilho
E ele já não está lá
Aquele sonho
Que não conseguiu ficar
Aquela vontade
De ganhar o mundo
De amar sem rumo
De se aconchegar
No entanto, lá está um músculo
Enrijecido, entristecido
Sem coragem de pulsar
As sobras
De expectativas e Delírios
Que não se pôde afastar
Mistura de muitos
Num caldeirão vazio
Que conseguiu a tudo abrigar
A esperança, entretanto
Em raros ocasos
se achega de mansinho
Para somente debochar.
Polyana Pimenta.
Natal, 01 de Novembro de 2012.
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