sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

À MAGIA

LUA,
Cheia de graça, de raça
Se enlaça em meus lençóis
E faz sonhar
Com lindos mares que
Em outras tardes
Fosse visitar.

LUA,
Me mostra agora
Quem nessa hora
Sofre e chora
Por amor que outrora
Havia de acabar.

LUA,
És tão brilhante
Estás diante
De um amante
Que ilumina um mundo
Que já foi iluminado
Por outros corações.

LUA,
Que cruza a minha estrada
Ilumina meus caminhos
Traz-me a poesia
Dos românticos e apaixonados
Que em noites de luar
Cometem loucuras e travessuras
E amam ou fingem amar
E se esquecer...


Natal, 1990.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

GARGALHEIRAS

Polyana Pimenta.

Pela janela de um quarto de hotel
Observo um espetáculo vindo do céu
O repousante Gargalheiras
Suas águas batendo em lindas serras.

A chuva fez com que o capim ficasse verdinho
E já ouço os passarinhos
Bem ao longe a cantar.

Não dá para explicar
Nem consigo entender
A grandeza deste espetáculo
Que ao homem Deus o deu.

O pescador lá longe
Pescando peixes de monte
O pôr-do-sol transmitindo calma e mansidão.

A harmonia faz parte do quadro
O descanso, um alívio
Longe dos carros e dos ruídos.

O sangradouro me fascina
E me ensina a razão do meu viver.

É homenagear a Deus clemente
Que ama a toda gente
E a tudo em que se sente amor.

Gargalheiras,
Espetáculo apaixonante.
Pena que talvez, daqui a algum tempo
Você já não exista mais
Pra eu mostrar aos meus filhos
O que eu chamo de paz.

Acari/RN, 29 de Julho de 1989.

p.s. À época eu tinha 14 anos. E, felizmente, já levei meu filho para conhecer o Gargalheiras e sua paz.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

MEU DESEJO

Polyana Pimenta

Pra você eu dei minha paixão
Quando vi as linhas da sua mão
Caminho encoberto de tanto sofrer
Só o teu amor eu poderia conhecer.

Salva do passado
Esbarrei no meu destino
Sonho tão manhoso
Eu vivi o desatino.

Quando me encontrei
Não quis te amar
O mundo a amedrontar
Não quero mais chorar.

Quando estava lá
Logo o fim
Você não percebeu.

Tanta solidão
Perturba enfim
Assim o amor se perdeu.

Amor tão inocente
Não devia escapar
Mas a vida é dura
Bem mais fácil é só sonhar.

Um grande perigo
Encontrar você assim
Tão desconsolado
E precisando de mim.

Num outro sentimento
Você vai compreender
Esse é o meu desejo
É melhor me esquecer.


Natal, alguma data que não escrevi

THE MIDLE OF THE STREET

Polyana Pimenta
I stop in the middle of the street
There's no car near me
No one is walking on the crossing
I'm thinking.
How are great all these things
From here
I can see the sky
And the sand in the gardens.
I can lay down
And everything is turning round
The colors change
And I try to reach myself
In the line that could separate me
From God
I'm almost touching him
But i can't realize
I'm not seeing His Face.
My eyes are sad
And even all these beautiful things
My looks can't see the wonderful
That is by my side.
Because when we're hurt
We don't believe in miracles
And everything is dark
But the hope of find you.
My love, my life, my breath
My miracle depends on you.
Help me in the way
That could lead me to God.
Natal, 1994.
Na época em que escrevi essas palavras, eu era professora de inglês e quis me expressar dessa forma. Até hoje, às vezes, escrevo em Inglês.

TEMPESTADE

Polyana Pimenta
O cinza, a solidão
A frieza e a decepção
De um mundo gelado
De entorpecimentos e desconsiderações
Mas, de desejos e ilusões.

A neve, a ventania
O desespero, o desencontro
Estagnar diante do mínimo
Buscar, perder
Revelar, esquecer.

A dor, então o pranto
Os lábios agora mudos
Obedecer, enfim
Fazer do lamento
Qualquer discurso.

Se entregar ao arrependimento
Entender o desencanto
Todas as palavras
Soam, no entanto
Distantes e não vazias.

E o inerte detecta o inexistente
O desfeito, o irrealizado
Paralisa o vão.

Na outra estrada
A falta de direção
Querer, calar
Manter, amedrontar
Sofrer
E nada mais.

Natal, 23/04/1997.
Essa poesia eu fiz em oposição à primeira, Oceano, e exprimem sentimentos diversos que se contradizem.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

OCEANO

Polyana Pimenta



O azul, a imensidão
A liberdade e a fascinação
De um mundo de mistérios
De respeito e regras
Mas, de infinito e abertura.

Uma intimidade
Mais que perfeita
Com a grandeza
Deste Universo sem fim.

Ilimitado, fluido
Seguro, protetor
Beleza em cada instante
Prova de perfeição
Tão incompreensível
Quanto impensável
Incalculável por ser real.

Presente, clamante
Minuto de sensatez
A vaga, a bruma
O se encontrar
A quebra, a reconstituição.

Fazer do tudo
Um nada inflexível
E transformá-lo a cada dia
Um pouco mais.

Fazer da aurora
Um banho de luz
E água salgada
Que purifica
E faz reviver.

A escuridão
O poço
A totalidade
Desfazer qualquer rocha
Mudar, remodelar
Insistir
Se entregar
Amar
E nada mais.

Natal, 25/02/1997.

Essa é a minha favorita, até mesmo pela paixão que eu tenho pelo imensidão do mar.